segunda-feira, janeiro 19, 2009

Ler e reflectir....

... às vezes acontece revermos os nossos sentimentos e pensamentos nas palavras de outros! foi isso que aconteceu quando me deparei com este texto sobre a perda gestacional...
"Quando mulheres vivenciam a perda de uma criança, uma das primeiras coisas que elas descobrem ter em comum é a lista de coisas que elas desejariam que ninguém nunca lhes tivesse dito. As listas tendem a ser extraordinariamente parecidas. Os comentários raramente são maliciosos, são apenas ingénuas tentativas de acalmar.
Esta lista foi feita para ajudar outras pessoas a entender a perda gestacional. Como foi feita de mães para mães, se aplica também aos pais que vivenciaram esta perda.
Quando estiver tentando ajudar uma mulher que perdeu um bébé, não ofereça sua opinião pessoal sobre a sua vida, as suas escolhas, os seus projetos para seus filhos. Nenhuma mulher nesta situação está à procura de opiniões (de leigos) sobre porque isto aconteceu ou de como ela deveria se comportar.
  • Não diga : "É a vontade de Deus". Mesmo se nós somos membros de uma mesma congregação, a menos que você seja um dirigente desta igreja e eu estiver procurando por sua orientação espiritual, por favor não deduza o que Deus quer para mim. Apesar de saber que muitas coisas terríveis que acontecem são vontade de Deus, isto não faz estes acontecimentos menos terríveis. (é verdade, não ajuda nada pensar que existe um Deus que deseja o mal de um bébé que nem sequer nasceu!)
  • Não diga : "Foi melhor assim - havia alguma coisa errada com seu bébé". O facto de haver alguma coisa errada com o bébé que me faz tão triste. Meu pobre bébé não teve chance. Por favor, não tente me confortar destacando isto. (não havia, e por isso ouvir isto não ajuda mesmo nada!!)
  • Não diga : "Você pode ter outro". Este bébé nunca foi descartável. Se tivesse a escolha estre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito : "Onde está o garfo?" Eu morreria por esta criança, assim como você morreria porseu filho. (é verdade, não ajuda nada ouvir que somos jovens e que brevemente teremos outro bébé, parece que nos estão a consolar como a crianças: não podes ter este mas a vida vai-te trazer outro em compensação! É horrível!!!!)
  • Não diga : "Agradeça a Deus pelo(s) filho(s) que você tem". Se a sua sua mãe morresse num terrível acidente e você estivesse triste, sua tristeza seria menor porque você tem seu pai?
  • Não diga : "Agradeça a Deus porque você perdeu seu filho antes de amá- lo realmente". Eu amava meu filho ou minha filha. Ainda que eu tenha perdido meu bêbê depois de duas semanas de gravidez ou quando nasceu, Eu o amava . (esta felizmente não cheguei a ouvir, mas acho-a verdadeiramente maldosa!!)
  • Não diga : "Já não é hora de deixar isto para trás e seguir em frente ?" Esta situação não é algo que me agrada. Eu queria que nunca tivesse acontecido. Mas aconteceu e faz parte de mim para sempre. A tristeza tem seu tempo, que não é o meu ou o seu. (e não é porque agora apresentamos um sorriso na cara, ou porque nos conseguimos rir de algumas situações da vida, que significa que já ultrapassámos, ou já esquecemos! Esquecer nunca esquecemos, ultrapassar também não, aprendemos é a viver com mais esta tristeza na vida!)
  • Não diga : "Agora você tem um anjo para cuidar de você". Eu não queria que meu bébé fosse meu anjo. Eu queria que ele vivesse muito e acompanhasse minha despedida quando eu fosse bem velhinha. (é verdade, não me ajuda nada pensar que tenho um anjinho no céu, queria tanto tê-la agora na minha vida......)
  • Não diga "Eu entendo como você se sente". A menos que você tenha perdido um bebê, você realmente não sabe como eu me sinto. E mesmo que você tivesse perdido, cada um vivencia esta tristeza de modo diferente. (verdadeiramente, só entende quem por ela passa!! O que possam imaginar da situação, não anda nem perto da realidade!)
  • Não me conte estórias terríveis sobre sua vizinha, prima ou mãe que teve um caso pior. A última coisa que preciso ouvir agora é que isto pode acontecer seis vezes ou coisas assim. Estas estórias me assustam e pioram minhas noites de insônia. Mesmo que tenham tido final feliz, não compartilhe estas estórias comigo. (não ajuda mesmo nadinha! É um pouco como aquela máxima: "com a desgraça dos outros posso eu bem"....)
  • Não finja que nada aconteceu e não mude de assunto quando eu falar sobre o ocorrido. Se eu disser "Antes do bébé morrer..." ou "Quando eu estava grávida..."não se assuste. Se eu estiver falando sobre o assunto, isto significa que quero falar. Deixe-me falar. Fingir que nada aconteceu só vai me fazer sentir incrivelmente sozinha. (e ainda hoje as pessoas não sabem como me falar, já para não falar que ninguem tem coragem de me falar do assunto, não me vá dar uma coisinha má!! Desabafar ajuda-me, mas parece que para os outros falar sobre o assunto não os ajuda em nada....)
  • Não diga "Não é sua culpa". Talvez não tenha sido minha culpa, mas era minha responsabilidade e eu sinto que falhei. O facto de não ter tido êxito, só me faz sentir pior. Aquele pequenino ser dependia unicamente de mim para traze-lo ao mundo e eu não consegui. Eu deveria trazê-lo para uma longa vida e não pude dar-lhe ao menos sua infância. Eu estou tão brava com meu corpo que você não pode imaginar. Não me diga: "Bem, você não estava tão certa se queria ter este bébé..." Eu já me sinto muito culpada sobre ter reclamado sobre mal estar matinais, ou que eu não me sentia preparada para esta gravidez, ou coisas assim. Eu já temo que este bébé morreu porque eu não tomei as vitaminas, ou bebi muito café, ou tomei bebidas alcoólicas nas primeiras semanas quando eu não sabia que estava grávida. Eu me odeio por cada minuto que eu tenha limitado deste bebê. Se sentir insegura sobre uma gravidez não éa mesma coisa que querer que meu bebê morra - eu nunca teria feito esta escolha. (Culpa é a única coisa que se sente para além da tristeza e do vazio... e é o que fica mesmo quando se conhecem os porquês)
  • Diga "Eu sinto muito". É o suficiente. Você não precisa ser eloquente. As palavras dizem por si.
  • Diga , "Vocês vão ser pais maravilhosos um dia" ou "Vocês são os pais mais maravilhosos e este bebê teve sorte em ter vocês." Nós dois precisamos disso.
  • Diga , " Eu acendi uma vela para seu bebê", ou " Eu fiz uma oração para ele ".
  • Mande flores ou uma pequena mensagem. Cada uma que recebi , me fez sentir que meu bebê era amado. Não envie novamente se eu não responder. (um sms com um beijinho é o suficiente para alegrar um dia triste, significa apenas que alguem se lembra e gosta de nós.... e não apenas na altura em que tudo acontece! 1 mês/ 3 meses/ 1 ano depois continua a ser importante...)
  • Não ligue mais de uma vez e não fique brava(o) se o voice mail estiver ligado e eu não retornar sua chamada. Se nós somos amigos íntimos e eu não estão respondendo suas tentativas de me ajudar, por favor não tente novamente. Me ajude desta maneira por enquanto. (e é tão dificil de conseguir falar com as pessoas na altura...)
  • Se você é meu chefe ou meu colega de trabalho: Reconheça que eu sofri uma morte em minha família, não é simplesmente uma licença médica. Reconheça que além dos efeitos colaterais físicos, eu vou estar triste e angustiada por algum tempo. Por favor, me trate como você trataria uma pessoa que vivenciou a morte trágica de alguém que amava. Eu preciso de tempo e espaço. Por favor, não traga seu bébé ou filho pequeno ao local de trabalho.
  • Se sua sobrinha está grávida, ou sua irmã teve um bébé há pouco, por favor não divida comigo agora. Não é que eu não possa ficar feliz por ninguém mais, é só que cada vez que vejo um bébé sorrindo ou uma mãe envolta nesta felicidade, me traz tanta saudade ao coração que eu mal posso aguentar. Eu talvez diga olá, mas talvez eu não consiga reprimir as lágrimas. Talvez ainda se passarão semanas antes que eu fique pelo menos uma hora sem pensar nisso. Você saberá quando eu estiver pronta - Eu serei aquela que dirá : "O bébé de sua sobrinha já nasceu?" ou "Como está aquele garotinho lindo ? Eu não o tenho visto no escritório ultimamente". (qualquer grávida ou bébé aviva a tristeza, apesar de não haver um único dia em que não pense na minha pequenina ...)
  • Acima de tudo, por favor lembre-se que isto é a pior coisa que já me aconteceu. A palavra "aborto" é pequena e fácil. Mas a morte do meu bébé é única e terrível. Vai levar um tempo até que eu descubra como conviver com isto. Me ajude." (um tempo, bastante tempo....)

Autora Elizabeth Soutter Schwarzer

(e apesar da já terem passado quase 3 meses, e de já ter mais alguns motivos para sorrir, a verdade é que passei todo este post a chorar... ainda é muito, muito duro!)

terça-feira, janeiro 13, 2009

Vícios...

... o meu novo vício: fazer malas em trapilho! Comecei por entusiasmar a mana, que depois entusiasmou a mãe, que as aprendeu a fazer e de seguida ensinou as filhas!
E agora andamos todas de volta do trapilho!

Aqui ficam alguns exemplos:

domingo, janeiro 11, 2009

2009 (cont.)...

... pelo menos para o meu marido já anda a correr melhor: num dia encontrou 0.20€, no dia a seguir 10€, e no outro dia a seguir mais 0,20€!!!
Por este andar chegamos ao fim do ano ricos!!!